Feminina



Ao responder: “E a mulher, o que esconde?”, Alicia foi direta: “As próprias ideias” (referindo-se a seguinte estatística: 90% das mulheres são docentes e 80% das publicações na área de educação são escritas por homens). Indo além, complementou que falta à mulher uma disposição para enfrentar quem não concorde com as suas ideias. Pois desanima e opta por relatar suas experiências em diário onde ninguém possa ler. E quando consegue ter notoriedade, acaba transmitindo uma imagem “agressiva” e “violenta”. Pois recorrem às características do sexo oposto para serem respeitadas.

                Sobre esse aspecto, fui imaginando a necessidade de manter uma postura feminina e não feminista. É preciso ter convicção das próprias ideias. Quando admitimos o movimento contrário como consequência natural do diálogo. Tornamos-nos mais confiantes, para partilharmos nossas ideias. Pois passamos a considerar a opinião contrária, não como veículo inibidor do discurso. Mas como, fundamento, também necessário, para sustentar a existência do discurso.

                A negação serve como peso de uma balança saudável. Socializar informação é exercitar a democracia. O educador sendo um formador de opinião tem como um de seus métodos de ensino promover debates. A riqueza de um debate esta na oposição de ideias. Aceitar o oposto é garantir aos nossos discentes, os dois lados da moeda. Exemplo disso (vou limitar-me a minha disciplina): Para a definição de arte, existem inúmeras teorias que justificam a sua importância na História da Humanidade, como também encontramos teorias que afirmam a morte da arte. Esse paradoxo é a mola mestra para a disseminação do conhecimento.

                Talvez falte ao legado feminino um discurso mais filosófico sobre o ideal de mulher. Porém todo ideal é apenas uma forma fictícia, mas servirá de modelo e de referência para as mulheres. Evitando que tenhamos que buscar no sexo oposto características para nos impor diante o sucesso. Um respaldo de credibilidade para marcar o território ao qual conquistamos. Rivalizar socialmente com os homens deve ser um comportamento natural, sem ter a necessidade da sobreposição de papéis. Cada pessoa tem um repertório único e singularmente valioso. O conhecimento adquirido de uma pessoa faz parte dela como um todo, desde o jeito de ser (físico) ao jeito de expressar-se (linguagem).

                A mulher precisa aceitar o desafio de estar à mostra em sua plenitude. Enfrentar o papel em branco a procura de lapidar o vazio buscando a forma da ideia é mais que um ato de coragem. É um ato de ousadia intelectual. E só assim, será possível descobrir quem compartilha de nosso pensamento. Pois um simples texto pode vir a ter um forte impacto. E derrubar “muros de Berlim” de muitos preconceitos. Não precisamos perder a nossa identidade, delicadamente, feminina. Porque tudo emperrado é PARADIGMA.

                 De forma privilégiada, recentemente, eu encontrei um exemplar desta Mulher: A Delegada Martha Rocha que de maneira firme e doce dissertava sobre segurança pública no Estado do Rio de Janeiro. Muito orgulho e admiração.

Mas afinal de contas... “Eu gosto de ser mulher!” Que tal começar corrigindo alguns conceitos errôneos sobre gênero? Alguém se habilita? Ou continuarão dizendo: “Estupendo!” ao marido na hora do jantar?

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